Nas Escrituras, o jejum e a oração são sinônimos de vitória em meio às dificuldades. Deus sempre responderá, desde que seu povo O busque com o coração sincero. Podemos encontrar na Bíblia inúmeros exemplos sobre o jejum: Paulo começou sua jornada cristã depois de três dias sem comer e beber; Jesus iniciou seu ministério público após quarenta dias de jejum no deserto. A igreja no Novo Testamento ordenava presbíteros e comissionava pessoas depois de jejuns regulares. Moisés, Elias, Ester, Daniel, Neemias, Esdras... A lista é extensa e mostra como os antigos buscavam, na prática do jejum, uma forma de encontrar respostas para suas demandas mais urgentes.

Contudo, o PROPÓSITO PRINCIPAL do jejum é buscar ao Senhor. Este é o aspecto que norteia a prática do jejum, buscando ter MAIS de Deus. O jejum não deve ser aplicado apenas quando almejamos ou precisamos de algo; devemos crescer nessa prática e aprender a jejuar não apenas em horas de aflição, mas também porque desejamos mergulhar mais em Deus.

Além desse propósito principal, a Bíblia também apresenta jejuns com outros propósitos, conhecidos como propósitos secundários. Do Antigo ao Novo Testamento, podemos observar uma lista de jejuns realizados com diversos objetivos além de buscar a Deus. Alguns exemplos incluem:

 

  • Consagração (Números 6): afastar-se de um pecado não cometido.
  • Arrependimento (1 Samuel 7.6): afastar-se do pecado já cometido.
  • Aflições (2 crônicas 20. 3–4): reconhecimento da insuficiência humana, uma clara expressão de fé e confiança em Deus.
  • Buscando proteção (Ester 4.15-17): clamor por proteção em situações que estão fora de nosso controle.
  • Em situações de enfermidade (Salmos 35.13): Davi mencionou jejuar e orar por outros que estavam enfermos
  • Intercessão (Joel 2.15): jejum e oração nas quais não clamamos por nossas necessidades, mas sim, intercedemos por outras pessoas.
  • Situações de batalha espiritual (Efésios 6.12-18): o jejum nos ajuda a discernir, de modo intenso e profundo, a autoridade que recebemos de Deus, bem como nos auxilia a ter sensibilidade e sabedoria para usar essa autoridade nos momentos de batalha espiritual.
  • Preparar-se para o ministério (Lucas 4.1,2): reconhecimento de nossa insuficiência e total dependência de Deus. A recorrência revela que o jejum era um princípio praticado em ordenações e envio de ministérios.
  • Adorar a Deus (Atos 13.2): busca por intimidade e proximidade por meio da adoração, não apenas para alcançar algo de Deus, mas também para oferecer algo a Ele.

Jejuar é focalizar nossas orações diante de Deus. Jejum não é apenas deixar de comer, mas criar um envolvimento mais próximo com Deus. Ou seja, abstemo-nos de comida por algum tempo para nos concentrarmos em algo mais importante. Em Mt 4:4, diz: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Esta foi a resposta de Jesus à sua primeira tentação.

Saber qual é a Palavra da boca de Deus não apenas se torna necessário, mas imprescindível. Qual é a Palavra que Deus está dizendo a você agora? É necessário abrir mão do pão por algum tempo para ouvi-la. É assim que funciona, no jejum você demonstra o que é mais importante para você. No jejum, você se conecta com maior profundidade e intimidade com Yahweh. Além disso, outros benefícios são gerados quando jejuamos.

O QUE ACONTECE QUANDO JEJUAMOS?

 

  • 1.Somos quebrantados 
  • “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.” Sl 51:17

Jejuar é a melhor maneira de alcançarmos o quebrantamento. O salmista diz: "... humilhei-me com jejum e recolhi-me em oração" (Salmo 35.13). Mais adiante, ele afirma: "... até quando choro e jejuo, tenho que suportar zombaria" (Salmo 69.10). A maneira correta de encarar as afrontas e lidar com o orgulho é humilhar-se. O jejum remove as escamas dos nossos olhos, a cera dos nossos ouvidos e derrete o nosso coração frio. O jejum quebra o seu orgulho!

 

  • 2.Enxergamos o pecado que está impedindo a bênção de Deus

Jejuar é uma escolha por Deus e contra a carne. Ele traz à tona nossa natureza superior antes de tratar nossa natureza interior. Algumas compulsões e manias somente serão quebradas mediante a severa disciplina que o jejum produz. Durante o jejum, nossas orações ganham mais eficiência e as amarras do pecado são quebradas. Ou seja, nossas atitudes e comportamentos podem ser ajustados durante o jejum. Quando estiver sem forças para lutar, jejue e se humilhe perante Deus. “Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti.” (2 Crônicas 20.12)

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  • 3.Recebemos direção

Quando estiver confuso, sem saber a direção, pare e silencie todas as vozes. Entre no secreto e fale com seu Pai celestial, e a resposta virá. Ele lhe dará discernimento e sabedoria sobre o que fazer.

Sempre que precisar tomar uma decisão e não souber o que fazer, reserve um tempo para jejuar. Desconecte-se das coisas da terra para se conectar às coisas do céu. Assim, você estará sensível ao Espírito e pronto para receber a direção de Deus para sua vida. Portanto, jejue para tomar decisões importantes. Lembre-se: em tempos de crise, o jejum é um dos meios mais eficazes para encontrar orientação divina. Se você não sabe para onde ir, é hora de parar, silenciar todas as vozes e ouvir a voz do Senhor.

Esses são alguns benefícios, mas muitos outros nos acompanharão quando decidirmos investir na prática do jejum e da oração. Lembre-se de que os profetas foram forjados nos desertos do jejum. Eles se alimentaram da oração e obtiveram a força interior para permanecer firmes sob pressão. Daniel, o profeta, recebeu resposta após 21 dias de jejum. Ester se humilhou diante de Deus por 3 dias, e o cetro do rei se inclinou para ela. Josué, após a derrota contra Ai, prostrou-se do amanhecer ao entardecer (mais de 12 horas) e obteve a instrução para sua próxima vitória. E assim será com você: o jejum o forjará, o manterá firme e o fortalecerá espiritualmente.

Para concluir, não podemos esquecer que há vários tipos de jejum.

  • Jejum parcial, abster-se apenas de alimentos sólidos. Neste caso a pessoa que jejua ingere apenas água. Alguns acreditam que Jesus, ao jejuar 40 dias e 40 noites no deserto, absteve-se apenas de alimento sólido (Mt 4.2);   
  • Jejum total abster-se de alimentos líquidos e sólidos. Na Bíblia vemos que Saulo de Tarso, após se encontrar com Jesus na estrada de Damasco absteve-se de alimento sólido e líquido por três dias e três noites (At 9.9). Moisés, quando subiu ao Monte Sinai para receber pela segunda vez as tábuas da lei, absteve-se de alimento sólido e líquido durante 40 dias e 40 noites (Êx 34.27). Um verdadeiro milagre!   
  • Jejum parcial abster-se apenas de alguns alimentos. Daniel e seus três amigos, se recusaram a comer das finas iguarias de Nabucodonosor (rei da Babilônia) e para isso ingeriram apenas legumes e água (Dn 1.8;12-15).   

A orientação bíblica é jejuar! Seja por um dia, sete, quinze, vinte e um, quarenta... Seja por um período do dia, seja de algum alimento específico, ou tirando algo que tem te distraído ou roubado seu tempo de qualidade com Deus, como redes sociais, televisão, etc. A direção é JEJUAR! Se você tem um problema específico, faça um jejum específico; se tem um problema em grupo, faça um jejum em grupo; assim como quando existe um problema nacional, sugere-se um jejum nacional.

NÃO ESQUEÇA!

Se estiver tomando medicamentos e não puder deixar de comer, elimine outra coisa que não seja alimento, como os exemplos citados acima. Um jejum prolongado não é aconselhado para idosos, pessoas doentes, crianças ou mulheres grávidas. Diabéticos que usam insulina ou aqueles com doenças cardiovasculares devem jejuar somente sob supervisão médica.

LEMBRE-SE!

Jejuamos porque queremos MAIS DE DEUS. Jejuamos para Deus, e não para impressionar as pessoas. Queremos a atenção Dele e de mais ninguém! Que Deus te abençoe e te conduza nessa prática constante do jejum.

Fonte: Pra Débora Neiva Souza

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